PRIMAZIA DO ACIONISTA: revisão dos detratores e conceitos que desafiam sua hegemonia
Resumo
A primazia do acionista (PA) tornou-se um dogma desde o final do século passado
entre acadêmicos, reguladores e lideranças empresariais com a aceitação sem
questionamentos que o único propósito na governança corporativa é a maximização
da riqueza do acionista. Seus conceitos penetraram nas raízes dos estudos
organizacionais e foram ensinados em cursos de gestão e MBAs. Sua influência pode
ser percebida na governança corporativa e práticas empresariais. Discordâncias com
seus princípios não são novos e se intensificaram recentemente com a emergência
da questão climática e necessidade de empresas liderem com interesses de múltiplos
stakeholders. Com base nestas considerações, o objetivo deste artigo é contribuir
para a discussão sobre a primazia do acionista e seus conceitos, trazendo uma
perspectiva multidisciplinar de visões críticas através de uma revisão bibliográfica.
Uma abordagem multidisciplinar com a contextualização da emergência da PA e
apresentação de argumentos de teorias, conceitos e movimentos que são detratores
da PA e seus fundamentos, pode contribuir para um amplo debate da relação dos
negócios com a sociedade e a economia, e, adicionalmente, trazer questionamentos
sobre a adequação de princípios da PA ao contexto atual. As conclusões foram que a
disseminação da PA foi processo deliberado, sendo específica de um momento
histórico e inadequada ao momento atual.
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