O MITO DA IMPARCIALIDADE JUDICIAL: UMA PERSPECTIVA FEMINISTA SOBRE O JULGAMENTO DOS CRIMES DE ESTUPRO
Resumo
O trabalho é construído na perspectiva dos estudos sobre gênero e seus possíveis
diálogos com os procedimentos judiciais, especificamente, a interpretação que os
magistrados realizam dos acontecimentos nos crimes de violência sexual da mulher.
O objetivo é demonstrar como os estereótipos de “boa mulher” interferem na leitura
dos acontecimentos. Para isso, utilizou-se, além da pesquisa bibliográfica sobre a
imparcialidade judicial e os paradigmas de gênero, de uma coleta de dados no campo
que buscaram compreender como os estereótipos interferem nos crimes pelo senso
comum. Ouvimos cerca de 250 participantes que responderam a dois questionários
que apresentavam narrativas distintas sobre a figura de mulheres vítimas de violência
sexual, e fatos idênticos quanto à prática de estupro. As conclusões apresentam que,
ainda que diante de fatos idênticos, os julgadores são influenciados pelas
características das vítimas quando do julgamento de crimes de sexuais.
Copyright (c) 2022 Revista Científica e-Locução
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.